São poemas de membros ativos, escolhidos aleatoriamente pela Administração e divulgados no SORRISOS NOSSOS, diariamente. A ideia é que sejam poemas antigos....mas nem sempre é possível.
Eu sou a chuva mudinha,
Caio caladinha e mansinha
Sei que sou malandreca.
Às Senhoras """""estrago os cabelos…
Aos Homens,,.rsrs, molho a careca .....
Penetro sem pedir licença, rsrs ,,,
Na vossa pele me aconchego,
Fininha quando sou, entro direta,
Vos murmurando, como dica,
Afogo as mágoas, aos adultos,
Às crianças,as faço rir,
Comigo, vos podeis divertir,
Vos escondo ¡ a luz do Farol,
Escondo, os raios do Sol
Não por maldade,
,Vos dou a certeza,
Cumpro a necessidade!
Da Mãe Natureza ',',',
Preciso que gostem de a mim.
Há resmungos,porque chove assim.
Olhem só. Quando vos faço companhia!
Estou amaciando, o vosso dia
Vos deixo o dia sem cor
Mas,vos faço aconchego,
,No Amor,
Sou oportuna, para quem
Se ama a minha chuvinha;
Propõe manter a. CHAM
Maria Arminda Araujo Silva
É doce
Quando os teus olhos
Me contam
O teu amor
O silêncio
Junta
Numa só palavra
Todas as palavras
Que te quero dizer
O silêncio
Fica
Quando os teus dedos
Percorrem
Caminhos sem regresso
O silêncio Jose Fernando Delgado Mendonça
São enigmáticos e doces
Os sorrisos que esboças
Aprendi a lê los
Nas linhas de teu rosto
E desde então
Esculpo os com amor.
Sei o que dizem
E o que pensas
Mas peço te
Não fales.
Dilui te tão-somente
Nos sons dos teus sorrisos
E os teus olhos dirão
O que a magia da tua boca desenha
Nas linhas suaves de teus lábios.
Sorri me
Preciso ouvir te.
Natália Pais Dinis
Cala-se o medo,
Acorrentado em corações
Sem dias de esperança no amanhã.
Os dias acordam na madrugada
Com raios de sol
E os sorrisos silenciam nos olhares
Das crianças assustadas,
Onde há corpos e almas,
Almas sem corpos e corpos sem alma...
Ao longe ouvem-se gritos
Contidos abafados,
Pelas mãos das mães
A protegerem os seus filhos.
E o medo materializa-se nos sobrevivos
E as almas superviventes
Abraçam-se nos corpos
E oram na nudez de sorrisos
E nos olhares sépticos
Como se alvorada
Surgisse como um abismo.
Lucia Saraiva
Sorrir faz bem á alma, limpa o espírito.
Como é bom ver um sorriso.
Um sorriso de criança onde tudo é inocente,
Nada neste mundo é tão verdadeiro, este sorriso não mente.
As crianças são seres maravilhosos,
Que nos ensinam como amar, sem nada esperar,
Como agir, para saber perdoar.
E afinal, dizem eles, na sua mais pura inocência,
Perdoar é tão simples e normal.
Nós os adultos só dificultamos o que é tão fácil.
Pessoalmente um sorriso de uma criança,
Acalenta o meu coração.
E sem imaginarem o quanto, os seus sorrisos dão -me...esperança.
Sorria...e seja feliz.
Mónica Dias
Eu sou filho do tempo,
Deste tempo em que vivo,
Mas o meu pensamento,
Um pouco mais atrevido
Teima em pensar à frente,
E segura:-lo eu não consigo,
Hoje já sonha com o amanhã,
Para quê tanta pressa,
Não sei se esse dia virá
Mas ao passado também regressa,
Voa voa pensamento,
Mas não me causes aflição,
Deixa:-me viver no meu tempo,
E não digas ao meu coração,
Certas coisas a destempo,
Que lhe causam aflição,
Pensa tanta coisa à toa,
No seu livre pensar
Às vezes até magoa
Mas porque existe para pensar,
Em coisas más e em coisas boas
Não o posso criticar,
Meu pensamento é velhinho
Está cansado de pensar,
Qualquer dia fica pelo caminho,
Mas eu tenho que o levar,
Até aquele cantinho,
Onde os dois vamos ficar.
António Martins
NUNCA…
Nunca, entre tanta serenidade,
Poderia percorrer o caminho,
Entre a vida e a morte, que ficasse
Na recusa percorrida na Terra..
E dela brotasse a dor de viver
Sem saudade e amor...
O tempo escurece e à nossa volta
Só o frio e o medo resistem a separar-se
Das brumas da noite e a angústia persiste,
Quase sempre no poema da vida e do poeta
triste...que resiste ao medo, que o conduz
À poesia!
Mary Horta
" Não te Conheço "
Numa simples fotografia
Vejo no teu olhar
Uma imensa nostalgia
Que vais disfarçando
Vislumbrando o mar
Que naquele momento
Te faz companhia
Não te conheço
Apenas vi a tua fotografia
O teu rosto fica gelado
Os teus olhos são tristes
Tentas disfarçar o teu passado
Mas ali naquele lugar
Só tu existes e o mar
Vislumbras a imensidão do infinito
Onde ao longe avistas um barquito
E pensas como se afoita
Sem medo das ondas perigosas
A brisa que toca
Os teus cabelos
Soltando-lhes as pontas
Mesmo curtos ficam com os
Salpicos das ondas
Mesmo por debaixo do chapéu
Libertando-os de uma forma carinhosa
Dando-te a coragem que precisas
Para enfrentar a tempestade
Da vida tão tempestuosa
Que te levou a liberdade
De uma forma leviana e presunçosa
Os óculos escuros
Apenas escondem o rosto
Onde esses olhos querem voltar
A brilhar...
Não te conheço
Nem estou a adivinhar
Apenas nas palavras que escrevo
Consigo sentir a mágoa
Desse terno e doce olhar
Pensas na força do barquito
Pensas que também podes
Lá chega...r
Na imensidão do infinito
Ultrapassando os perigos
Do mar...
Não te conheço
Só vi a fotografia do teu olhar
Mas através desta poesia
Te peço...
Nunca desistas do infinito
Alcançar...
Não te conheço
Só apenas vi a fotografia
Do teu olhar...
Alfredo Batista
Todo o canto
Tem seu encanto
Cada passo
Traz um compasso
Todo o beijo
Tem seu sabor
Quando o amor não causa dor
Toda ida
Tem a volta
Toda a maldade
Causa revolta
Todo jardim
Tem uma flor
Em toda flor
Um beija-flor
Ira Rodrigues
HOJE, CHEGUEI AO CAIS!
Hoje, cheguei ao cais…
Sem nada que não fosse meu
Com tudo o que Deus me deu!
Cheguei ao meu porto de abrigo
À espera de estar contigo
E que Tu estivesses comigo!
Hoje, cheguei ao cais…
Despido de adereços e querer
Para nas tuas águas morrer
E renascer nas tuas águas de sal
Que me libertam de todo mal
Com a profundidade do ser!
Hoje, cheguei ao cais…
Contemplei a imensidão da Tua beleza
A saia ondulada azul-turquesa
Bordada de espuma branca e realeza!
Sabias a mar…
Um mar que só sei amar!
Hoje, cheguei ao cais…
Para ouvir a sereia cantar!
Entre a serenidade e vendavais
Fazias nas rochas festivais
Serenatas de encantar
Para quem te sentia vibrar!
Hoje, cheguei ao cais…
Para, em mim, sentir teus sinais!
Senti!... Eram reais!
Sabias a mar…
Sabias me amar!...
Sempre estiveste no meu cais!
João Bettencourt
TEMPO
Como eu anseio
Que o tempo passe
Que o vento o leve
Depressinha
Para eu poder ir
À minha terrinha
Matar saudades
De tudo que está
No meu coração
Quero ver o meu mar
Os meus amores
Estar com eles
Até me fartar
Peço mesmo
Ao tempo para parar
Deixar-me estar
Até meu coração
Se encher
E se deliciar
De tudo
Que quer
Para depois
Tudo recomeçar
Fernanda Costa
Hoje serei breve…
Hoje serei breve…
Serei mais breve, não porque não tenha vontade de dissertar, mas porque estou carente demais da tua presença e por isso, sinto a tua falta…
Fazem-me falta, o teu sorriso, o teu olhar brilhando de desejo, o teu rosto angelical, o teu porte de mulher sedenta, o teu corpo ondulante quando te levantas e andas, as tuas curvas pronunciadas onde distingo tanta perfeição e beleza, os teus abraços e os teus beijos quando mos ofereces…
Fazem-me ainda falta as tuas palavras, as nossas conversas sérias, as blagues ou as brincadeiras com segundo sentido, os teus pedidos de vem, te espero, estou aqui, o deixar ver e o mostrar, a excitação momentânea e o prazer continuado, o êxtase final em prostração e, o beijo de despedida entre sorrisos, embora com aquela mágoa e muita tristeza, por separação.
Anda, chega, vem depressa…
Estou-te esperando de braços abertos, para te receber junto ao meu peito e assim poder dizer-te ao ouvido, muito baixinho…
Fazes-me falta… Amo-te.
Antonio Bernardo
Sou
Feita de sonhos mágicos e encantados
Viajo pelos corações e vivo de emoções
Voo em liberdade e amo o que faço
E em cada voo deixo um pouco de mim .
Sou poesia, pintura e desenho
Sou amor que sinto no meu coração
Sou brisa da manhã
Sou gota cristalina e purpurina
Sou luz que me faz viver com magia
Parece que sinto alguém me guia.
Escrevo sem rimas
Pinto e desenho sem nada planejar
Assim levito no meu caminhar.
Sonho e voo nas asas da imaginação
Canto, danço e faço magia
E mergulho no mundo dos sonhos.
Assim é o meu mundo
Assim é a minha vida de magia.
Mila Lopes
POEMA NÃO SOU
Não,
Não gosto quando eu não sou eu.
Não gosto quando sendo eu não sou capaz e fico desfeito.
Não gosto quando me apanhas descalço
Não gosto de ser apanhado calçado com sapatos desiguais.
Não gosto de estar fechado sem janelas
Não gosto da ausência do horizonte
Não gosto do tempo dos interesses mesquinhos
Não gosto que me apontes dedos
Não gosto de apontar o dedo
Não gosto de estar sem amor
Não gosto de ficar sem amar!
Gosto de ser eu quando és tu
Gosto da união velejante
Gosto do vento na face e o sorriso
Gosto de ser nós: caminhantes
Gosto da cumplicidade, subtil
Gosto do cumpliciar de amigo (a)
Gosto quando ris alto
Gosto do sorriso e silêncio
Gosto quanto eu sou em ti, e tu és em mim
Gosto!
Pj Conde Paulino
Chora ao Meu Ombro
Hoje queria puder dar-te o meu ombro
Para chorares a vontade
Senti uma lágrima em teu rosto
Mostrando um sentimento de saudade
Uma frase desmedida
Um conceito tão falado
Provoca a dor em teu peito
Pela lembrança de um sonho parado
No silêncio de um amor ausente
Paira em ti a angústia de um sentimento
Que a lembrança e o desejo de o sentir presente
Sente na alma sua dor e sofrimento
Lava a alma com as lágrimas que caem
Sente o desejo desse teu amor querido
Que mesmo ausente e ainda indefinido
Ele também chora e implora pelo teu sentido
Anselmo Watamen
19-05-2017
QUANDO TE CONHECI!!!
Para mim foi um dia lindo, meu coração bateu forte.
Olhei para o céu, um brilhar diferente,
E percebi
Eu estava ali...
Senti uma emoção tamanha..
Como nunca...estranha...
Deixei-me seduzir por meus desejos,
Só queria teus beijos...
Fiquei dominada..
Apaixonada..
Acorrentada neste amor,
Nesta louca paixão,
Nunca amei com tamanho ardor.
A chama passou a morar no meu coração,
Hoje tu és o meu mundo,
Meu sentido de viver,
Presa me encontro a este amor profundo,
Meu viver meu bem-querer.
Por ti morro de amor,
Mesmo com grande agonia,
Sei enfrentar esta dor...
Para ti escrevendo poesia.
És uma grande magia...
Como uma rosa entre espinhos,
És meu prazer que me contagia.
E norteia meus caminhos.
O mistério do amor nasceu,
Um dia dentro de mim...
Foi assim que te conheceu,
E lavo-o até ao fim...
Se não te amasse assim...
Quem sabe,perderia meus sonhos,
Que moram dentro de mim...
Mesmo em momentos medonhos.
Perderia meus sonhos enfim...
Vivia na escuridão.
Porque tu és estrela que brilha em mim,
Bem no fundo do meu ser, meu coração.
É grande meu amor, tamanho do universo,
Perfumada como a rubra rosa,
E sem fim escrito num verso,
Igual a flor mais formosa.
Não sei dizes como nasceu,
Mas sei que o descobri...
Estava perdida e como o sol apareceu,
Encontrei-o com carinho: QUANDO TE CONHECI!
Carmen Bettencourt
Espreita
O silêncio envergonhado
Dissimulado
Num faz de conta.
Não se vê
Não lhe dá jeito ver
...a penumbra
No olhar destas crianças
A escuridão nas ruas claras
Onde vagueiam, famintas.
Esses fixos olhares
Miram o horizonte sombrio
Sonhos devastados
Leem o futuro
Como quem lê
Uma negra história.
Por elas...
O que eu fiz?
O que tu fizeste?
Que mundo lhes deixaremos?
Lembre-se
Serão os homens de amanhã.
Zeze Lopes
ESTOU QUASE A IR EMBORA”
Estou quase a ir embora!
Espero pela meia-noite ...
Para levar, sem demora,
Aquele valente açoite !!!
Estou, para ir embora !!!
Vos deixei tantas maldades!
E... me "fizeram a folha" ...
Venha o diabo, e escolha! ...
Na ida... Deixo saudades!!!
Um ano, de tropelias ...
Próprias da minha idade!
... Que, até tu ... As farias !!!
Sem dizer, que era maldade!
Tenho mesmo, de ir embora!
Não me deixam cá ficar,
Pois até nem vejo a hora!
Tenho de ir, sem demora,
Estou cheio, de cá estar !!!
Falta só mais um pouquinho!
Sei que me vão expulsar ...
E não tenho outro caminho !!!
Tratem-me com algum carinho ...
Que não mais, irei voltar !!! ...
Tenho o destino traçado ...
Porque é este o meu fado!
Para mim, já não há lado!
Onde me deixem ficar!!!
Um ano, foi pouco ...
Neste Mundo louco!!!
Ó quem me dera saber,
O que O Outro, vai trazer !?
Mas eu, não sou adivinho !!!
... Venha Ele, de mansinho!
Eu, fui "um Ano encrencado"
... Deixo tudo maltratado! ...
Também vou ser emigrante
Num lugar, lá tão distante!
... Sou outro escorraçado!
E a culpa não foi minha!
Sendo de certa "gentinha" ...
Que fez de mim... "Pau-mandado"
... "A tudo, fui obrigado" !!! ...
Em tudo ... tudo, que fiz!
Como tal, nem fui feliz! ...
Nem vou lembrar, o passado!
Põe-te lá no meu lugar! ...
O que é que tu, farias ...
Se não pudesses mandar ?!
... Nos darias ... Alegrias ?!!
É esta, a realidade !!!
Vou fazer-vos um pedido!
Que fará todo o sentido!
Que antes de ter morrido,
Eu vivi... Uma verdade!!!
E, se lembrarem, de mim ...
Espero tenham saudade!
Pois a vida ... É mesmo assim!
Demonstrem vossa amizade.
Sou muito contestatário,
Sem me dever atrasar!
Tenho de ir, no meu horário!
Minha vontade ... É ficar,
E não ir para as "alminhas" ...
Mas, tenho de vos deixar!...
... O Novo irá chegar ...
E não quer saudades minhas!
**
**
Eu ... sou a Aida Dinis,
... Este poema te fiz ! ...
É, Todo Teu ... Meu poema!
Digo, sem nenhum dilema,
Vou ter saudades de ti !!! ...
Neste Teu Ano ... Senti ...
O Teu cheiro a alfazema !!! ...
Para mim e para os meus,
Foi um Ano de Emoções!!!
... Foi o Ano do Adeus ...
Que ficou nos corações !!!
Aida Dinis Sampaio
Que me queres...............
Mãe!
Palavra pequena...
Quem, não a sabe escrever!
Palavra
Mãe!
Breve ,serei minha mãe...
Mãe!
Sempre cheia de luz
Assim o caminho
De um filho
Conduz...
Mãe!
Me ignoras...sem justificação...alguma.
Como chora
Este meu coração
Sabes? mãe...
Sinto a tua breve partida
Eu! queria fazer parte da tua vida!
Mas será ? não haverá outra saída...
Fica na minha memória
O teu cabelo parecendo neve
A tua pele macia e corada, ficando enrugada.
Quando meus lábios
Te beijavam
Parecia veludo
Como as pétalas de uma papoila...
Tantas vezes te disse que te amava.
A minha alma limpa
Após a última conversa
Nossa!
Sei que andas nas despedidas
Não me esqueço... daquele dia.. .foste fria e distante.
Onde te conheço desde a minha infância...
Continuo
Contigo
Mãe!
Serás sempre eterna
Mãe!
Estive sempre
Permanente nas tuas aflições...
Aí comigo,comunicavas...
Mãe, Mãe, Mãe...
Grito! sufocante...
Desta minha garganta.
Vou correr vales, montes, sem destino.
Mãe ,Mãe, Mãe...
Eu vou caminhar na ânsia, de te voltar a ver!
Lá no alto nos vamos encontrar ,aí me vais amar...
Sim mãe!
Porque na terra não te deixam
Tocar nesta pequenina árvore, que plantas-te.
Já deu frutos! sou mãe e avó!
Dou o melhor de mim
Se alguém não quer receber
A culpa não é minha
Mãe é tudo! paisagem...
Lamento! fico com esta agonia
Minha mãe!
A vida é um sopro
Ficam recordações
Deste descuido da vida
Raízes duma profundidade sem fim
Mas tu ficas sempre em mim
De mim para ti...
MÃE,MÃE, MÃE.
Clara Patachão
Amizade…
Para alguns, palavra vã
Para outros, um encanto
Para mim o melhor que há
Se ninguém me chuta para canto
Gosto muito desta palavra
Quando ele se reflete
E por justiça nos é dada
Quando algo acontece
Nem sempre será assim
Mas o que é que posso fazer
Há gente que não está afim
De a amizade fortalecer
Por isso muita cautela
Com gente que é assim
Não gosto nada de vê-la
Não faz parte do meu Jardim!
Armindo Loureiro
A MINHA SOMBRA
Falava o vento com os muros gastos!
As árvores num frenesim,
Agitavam seus ramos semi nus.
E só a minha sombra projetada
Era testemunha de tudo quanto
Se passava.
Na mudez da minha sombra.
Ninguém por mim deu!
Mas eu! Sim eu, tudo vi!
O chão dos sonhos prometidos,
As aves em bando a sombrear
Os castelos de nuvens iluminados,
Ainda o sol ria no pomar,
O perfume das maças do vinho mosto.
O rir das sementes a sonhar,
Num tempo novo, que virá depois.
Das geadas brilharem ao luar.
As folhas num bailado clássico
De harmonia e cor suavemente,
Caíam ainda em meu regaço.
Na minha sombra vestida de poente!
Sonhei a voz das raízes abraçadas,
Num tecer de turfas, ventre, chão!
Pois seio negro tem a mãe natura,
Dele brotam suaves flores e pão.
Anoitece já, a minha sombra apaga-se.
Saio do muro numa correria.
Soprou forte o vento... Levou-me o chapéu.
Mais uma dança de folhas,
Nas mãos da ventania!
Abri o portão do terreiro.
Olhei o chão!
Tive dó de o calcar
Porque para mim!
Esse chão era um altar!
Onde todas as folhas
A chorar.
Cantavam um "de profundis "
Para mim!
Eu!
Augusta Maria Gonçalves
Minha máquina de escrever
Não havia ainda computadores,
Tinha eu uma máquina de escrever
Onde inventava os meus amores,
Batendo nas teclas do meu querer,
Criando prosas de múltiplas cores
Havia entre nós uma bela relação,
Muita amizade e absoluta sintonia,
Em cada tecla um som de emoção
E em cada caracter uma melodia
Em ritmo de estonteante paixão
A máquina tinha nome de “Torpedo”,
Por isso trabalhava com tanto vigor,
Nela eu escrevi poemas sem medo,
Alguns de tristeza, outros de amor
Numa parceria de total segredo
Lembro-me da sua cor com saudade,
Era um azul sereno, quase celestial,
Teria eu uns catorze anos de idade,
Muitos sonhos, coisa muito natural,
Mas meus poemas tinham maturidade
Recordo outra máquina onde escrevi,
“Remington”, preta, portátil e elegante,
Mas foi na Torpedo onde mais senti
A força das palavras em cada instante,
De paixão e quimera com que eu vivi.
José Carlos Moutinho
Um mar de silêncio.
As labaredas do meu mar
Contagiante de alegria
E nostalgia, as ondas dormentes
Não se sentiam vivas!
Sentidas as ausências
A transbordar os sentimentos.
O mar tem “ALMA”
Na magia da sua origem.
Transformou o meu dia
Em dia sem explicação
Lembrei-me então das marés,
Rasantes e alterantes
Como os pés das mulheres,
Altivas, bravas pisando de vida
A areia molhada.
Sulcada com força de garças!
São cogentes da vida que transformam
A terra, homens mulheres
Os oceanos, o Universo…
E eu nas labaredas que quero apagar!
Nelas entrar e buscar o silêncio
Entre as vagas me encontro!
Maria Fernanda
SER POETA:
Não nasci para ser poeta
Digo alto e bom som
Ser poeta não é quem quer
Tem que nascer com esse Dom
Infelizmente eu não nasci
Com vocação para escrever
Mas como gosto de poesia
Poeta gostava de ser
Gostava de escrever lindos poemas
Para os meus amigos ler
Por mais que eu tente não consigo
E isso faz-me sofrer
Tenho uma admiração enorme
Por quem lindos poemas fazem
Leio-os com muito gosto
Mas lamento não ser capaz
Valorizo muito os poetas
Pela sua inteligência
A facilidade com que escrevem
Com muita competência
Ai se eu nascesse poeta
Agradecia ao Senhor
Escrevia lindos poemas
Com doces frases de amor
José Martinho
“SOPRA O VENTO DA SAUDADE”
Sopra o vento da saudade
A invadir o meu coração
E passam na minha mente,
Olhares e sorrisos que já são apenas recordação!
E uma lagrima corre no meu rosto
E não a consigo deter
Foi em outubro e agosto
Que deixei de os poder ver!
Mas mesmo não os tendo
Sinto-os comigo em cada caminhar
de dia nos raios do sol
Á noite nas estrelas a brilhar!
E quando o sol me vem abraçar
Ou o vento me beija e acarinha
Sinto-os aqui comigo
Ainda que esteja sozinha!
Sei que partiram
Mas no fundo sei que nunca fiquei só
Pois aquilo que nos uniu
Era mais forte que qualquer nó
Era um laço de amor e carinho que perdura no tempo
Não o quebra nem a morte nem o maior sofrimento!
Por isso guardo em mim cada sorriso
Cada beijo, cada carinho
E às estrelas cada noite lhes envio um beijinho!
Porque onde quer que estejam
Sei que estão comigo aqui
Ao recordá-los entre lágrimas
A minha alma sorri!
Isabel Susana Marouço
VIVER É AMAR
A vida tem razões p’ra ser vivida,
Se temos algo belo a partilhar,
É que, só nesta vida vive a vida,
Quem tem um coração que sabe amar.
Só o amor faz a vida colorida,
Só o amor nos envolve e faz sonhar,
Porque é transcendental se faz jazida
Do melhor que esta vida pode dar.
A vida sem amor é noite escura,
Sem elos, sem carinho, sem ternura,
Jamais terá o selo da alegria.
É agreste, desprovida de sabor,
E se alguém já viveu sem ter amor,
Foi porque um grande amor desconhecia.
Abílio Ferradeira de Brito
12-06-2017
OláEu sou a chuva mudinha,
Caio caladinha e mansinha
Sei que sou malandreca.
Às Senhoras """""estrago os cabelos…
Aos Homens,,.rsrs, molho a careca .....
Penetro sem pedir licença, rsrs ,,,
Na vossa pele me aconchego,
Fininha quando sou, entro direta,
Vos murmurando, como dica,
Afogo as mágoas, aos adultos,
Às crianças,as faço rir,
Comigo, vos podeis divertir,
Vos escondo ¡ a luz do Farol,
Escondo, os raios do Sol
Não por maldade,
,Vos dou a certeza,
Cumpro a necessidade!
Da Mãe Natureza ',',',
Preciso que gostem de a mim.
Há resmungos,porque chove assim.
Olhem só. Quando vos faço companhia!
Estou amaciando, o vosso dia
Vos deixo o dia sem cor
Mas,vos faço aconchego,
,No Amor,
Sou oportuna, para quem
Se ama a minha chuvinha;
Propõe manter a. CHAM
Maria Arminda Araujo Silva
10-06-2017
O silêncioÉ doce
Quando os teus olhos
Me contam
O teu amor
O silêncio
Junta
Numa só palavra
Todas as palavras
Que te quero dizer
O silêncio
Fica
Quando os teus dedos
Percorrem
Caminhos sem regresso
O silêncio Jose Fernando Delgado Mendonça
09-06-2017
Sorrisos.São enigmáticos e doces
Os sorrisos que esboças
Aprendi a lê los
Nas linhas de teu rosto
E desde então
Esculpo os com amor.
Sei o que dizem
E o que pensas
Mas peço te
Não fales.
Dilui te tão-somente
Nos sons dos teus sorrisos
E os teus olhos dirão
O que a magia da tua boca desenha
Nas linhas suaves de teus lábios.
Sorri me
Preciso ouvir te.
Natália Pais Dinis
08-06-2017
EU, PARA QUEM NÃO ME CONHECE
Sou a loucura e o fogo que arde e se expande a cada sopro respirado.
Eu, audaz e profundo, como um guerreiro que não dá um passo atrás numa batalha, enfrentando todas as guerras sem medo, ao mostrar meu peito e assim rasgar pedaços mim, para que me acertem no coração de aço, despedaçando os medos dos homens fracos.
Este coração...
Vadio e tantas vezes concertado, ao bombear o sangue quente nas artérias que pulsam vida.
E mesmo assim, nestes remendos mal acabados, porque jamais esquecemos quem nos faz mal, ainda luta com força, em ecos que estremece o peito, como dizendo "estou aqui" com garra, pronto para todos os combates.
Sobrevivendo...
Com tudo e como todos, um dia de cada vez, apenas sorrindo.
Eu, desconhecido, apreciado, acarinhado e muitas vezes mal amado, por quem nem sequer faz um esforço por me conhecer...
E o declino da sociedade, cada vez mais se esmera a foder o próximo, sem sentido, e apenas pretendido nos apetites da mediocridade, e assim se foi, o tempo que se conversava antes de apontar o dedo, e nas costas temiam os verbos e os adjetivos.
E assim foi o tempo...
Porque hoje, basta sorrir, para sermos de seguida chamados de vadios, de putas e vazios, num abraço de deleite, dizendo, eu sou teu amigo!
Mesmo sós, fingindo conversando para as paredes, o quanto somos felizes...
Pois...
E eu que gosto de abraços e beijos, e de amigos nem os vejo!
E eu, que gosto de conversar, hoje em silêncio procuro o carregador para no telemovel nada me faltar.
Neste vazio... Que todos fingem ser vida!
Esta porcaria...
Esta mania, de aos poucos dizermos que somos felizes, sós.
Nas paredes que observam as lágrimas que ninguém vê, e na almofada que desabafamos, somos puxados e ignorados, neste pesadelo que ainda muitos chamam vida.
E eu, e tu, e nós?
Como acreditar num abraço sentido?
Como ser gente, sem fingir porque é moda, e chamarmos mana e manos a tudo e a todos que nem sequer conhecemos.
E assim neste meu eu, sonho e sonho-te como flor ou como o aço forjado nas lutas da vida, tal como eu...
Que começo todos os dias como a primeira vez, apenas sorrindo.
E tu, salta do vazio...
Abraça e beija, porque amanhã é tarde!
Amanhã morremos, e depois nada sentimos!
Isso, amanhã amamos e tudo conseguimos e no corpo recebemos, sem pedidos.
Augusto Pinto
Sou a loucura e o fogo que arde e se expande a cada sopro respirado.
Eu, audaz e profundo, como um guerreiro que não dá um passo atrás numa batalha, enfrentando todas as guerras sem medo, ao mostrar meu peito e assim rasgar pedaços mim, para que me acertem no coração de aço, despedaçando os medos dos homens fracos.
Este coração...
Vadio e tantas vezes concertado, ao bombear o sangue quente nas artérias que pulsam vida.
E mesmo assim, nestes remendos mal acabados, porque jamais esquecemos quem nos faz mal, ainda luta com força, em ecos que estremece o peito, como dizendo "estou aqui" com garra, pronto para todos os combates.
Sobrevivendo...
Com tudo e como todos, um dia de cada vez, apenas sorrindo.
Eu, desconhecido, apreciado, acarinhado e muitas vezes mal amado, por quem nem sequer faz um esforço por me conhecer...
E o declino da sociedade, cada vez mais se esmera a foder o próximo, sem sentido, e apenas pretendido nos apetites da mediocridade, e assim se foi, o tempo que se conversava antes de apontar o dedo, e nas costas temiam os verbos e os adjetivos.
E assim foi o tempo...
Porque hoje, basta sorrir, para sermos de seguida chamados de vadios, de putas e vazios, num abraço de deleite, dizendo, eu sou teu amigo!
Mesmo sós, fingindo conversando para as paredes, o quanto somos felizes...
Pois...
E eu que gosto de abraços e beijos, e de amigos nem os vejo!
E eu, que gosto de conversar, hoje em silêncio procuro o carregador para no telemovel nada me faltar.
Neste vazio... Que todos fingem ser vida!
Esta porcaria...
Esta mania, de aos poucos dizermos que somos felizes, sós.
Nas paredes que observam as lágrimas que ninguém vê, e na almofada que desabafamos, somos puxados e ignorados, neste pesadelo que ainda muitos chamam vida.
E eu, e tu, e nós?
Como acreditar num abraço sentido?
Como ser gente, sem fingir porque é moda, e chamarmos mana e manos a tudo e a todos que nem sequer conhecemos.
E assim neste meu eu, sonho e sonho-te como flor ou como o aço forjado nas lutas da vida, tal como eu...
Que começo todos os dias como a primeira vez, apenas sorrindo.
E tu, salta do vazio...
Abraça e beija, porque amanhã é tarde!
Amanhã morremos, e depois nada sentimos!
Isso, amanhã amamos e tudo conseguimos e no corpo recebemos, sem pedidos.
Augusto Pinto
07-06-2017
Olhares sem esperançasCala-se o medo,
Acorrentado em corações
Sem dias de esperança no amanhã.
Os dias acordam na madrugada
Com raios de sol
E os sorrisos silenciam nos olhares
Das crianças assustadas,
Onde há corpos e almas,
Almas sem corpos e corpos sem alma...
Ao longe ouvem-se gritos
Contidos abafados,
Pelas mãos das mães
A protegerem os seus filhos.
E o medo materializa-se nos sobrevivos
E as almas superviventes
Abraçam-se nos corpos
E oram na nudez de sorrisos
E nos olhares sépticos
Como se alvorada
Surgisse como um abismo.
Lucia Saraiva
06-06-2017
Sorrir.Sorrir faz bem á alma, limpa o espírito.
Como é bom ver um sorriso.
Um sorriso de criança onde tudo é inocente,
Nada neste mundo é tão verdadeiro, este sorriso não mente.
As crianças são seres maravilhosos,
Que nos ensinam como amar, sem nada esperar,
Como agir, para saber perdoar.
E afinal, dizem eles, na sua mais pura inocência,
Perdoar é tão simples e normal.
Nós os adultos só dificultamos o que é tão fácil.
Pessoalmente um sorriso de uma criança,
Acalenta o meu coração.
E sem imaginarem o quanto, os seus sorrisos dão -me...esperança.
Sorria...e seja feliz.
Mónica Dias
05-06-2017
O PENSAMENTO.Eu sou filho do tempo,
Deste tempo em que vivo,
Mas o meu pensamento,
Um pouco mais atrevido
Teima em pensar à frente,
E segura:-lo eu não consigo,
Hoje já sonha com o amanhã,
Para quê tanta pressa,
Não sei se esse dia virá
Mas ao passado também regressa,
Voa voa pensamento,
Mas não me causes aflição,
Deixa:-me viver no meu tempo,
E não digas ao meu coração,
Certas coisas a destempo,
Que lhe causam aflição,
Pensa tanta coisa à toa,
No seu livre pensar
Às vezes até magoa
Mas porque existe para pensar,
Em coisas más e em coisas boas
Não o posso criticar,
Meu pensamento é velhinho
Está cansado de pensar,
Qualquer dia fica pelo caminho,
Mas eu tenho que o levar,
Até aquele cantinho,
Onde os dois vamos ficar.
António Martins
03-06-2017
NUNCA…
Nunca, entre tanta serenidade,
Poderia percorrer o caminho,
Entre a vida e a morte, que ficasse
Na recusa percorrida na Terra..
E dela brotasse a dor de viver
Sem saudade e amor...
O tempo escurece e à nossa volta
Só o frio e o medo resistem a separar-se
Das brumas da noite e a angústia persiste,
Quase sempre no poema da vida e do poeta
triste...que resiste ao medo, que o conduz
À poesia!
Mary Horta
02-06-2017
01-06-2017
“O MORANGO”
O morango do meu quintal
Acabado agora de colher
Tem um gostinho especial
Mesmo antes de o comer.
É bem regado e adubado
Com um alimento natural
É sem pesticidas tratado
À saúde não me faz mal.
Nos dias que faz mais calor
É quando tem melhor sabor
Tem um requintado paladar
Se logo pela manhã colhido
E bem fresquinho consumido
É como os teus lábios beijar!
Abílio Aires
O morango do meu quintal
Acabado agora de colher
Tem um gostinho especial
Mesmo antes de o comer.
É bem regado e adubado
Com um alimento natural
É sem pesticidas tratado
À saúde não me faz mal.
Nos dias que faz mais calor
É quando tem melhor sabor
Tem um requintado paladar
Se logo pela manhã colhido
E bem fresquinho consumido
É como os teus lábios beijar!
Abílio Aires
01-06-2017
" Não te Conheço "
Numa simples fotografia
Vejo no teu olhar
Uma imensa nostalgia
Que vais disfarçando
Vislumbrando o mar
Que naquele momento
Te faz companhia
Não te conheço
Apenas vi a tua fotografia
O teu rosto fica gelado
Os teus olhos são tristes
Tentas disfarçar o teu passado
Mas ali naquele lugar
Só tu existes e o mar
Vislumbras a imensidão do infinito
Onde ao longe avistas um barquito
E pensas como se afoita
Sem medo das ondas perigosas
A brisa que toca
Os teus cabelos
Soltando-lhes as pontas
Mesmo curtos ficam com os
Salpicos das ondas
Mesmo por debaixo do chapéu
Libertando-os de uma forma carinhosa
Dando-te a coragem que precisas
Para enfrentar a tempestade
Da vida tão tempestuosa
Que te levou a liberdade
De uma forma leviana e presunçosa
Os óculos escuros
Apenas escondem o rosto
Onde esses olhos querem voltar
A brilhar...
Não te conheço
Nem estou a adivinhar
Apenas nas palavras que escrevo
Consigo sentir a mágoa
Desse terno e doce olhar
Pensas na força do barquito
Pensas que também podes
Lá chega...r
Na imensidão do infinito
Ultrapassando os perigos
Do mar...
Não te conheço
Só vi a fotografia do teu olhar
Mas através desta poesia
Te peço...
Nunca desistas do infinito
Alcançar...
Não te conheço
Só apenas vi a fotografia
Do teu olhar...
Alfredo Batista
30-05-2017
“TODO O CANTO”Todo o canto
Tem seu encanto
Cada passo
Traz um compasso
Todo o beijo
Tem seu sabor
Quando o amor não causa dor
Toda ida
Tem a volta
Toda a maldade
Causa revolta
Todo jardim
Tem uma flor
Em toda flor
Um beija-flor
Ira Rodrigues
29-05-2017
HOJE, CHEGUEI AO CAIS!
Hoje, cheguei ao cais…
Sem nada que não fosse meu
Com tudo o que Deus me deu!
Cheguei ao meu porto de abrigo
À espera de estar contigo
E que Tu estivesses comigo!
Hoje, cheguei ao cais…
Despido de adereços e querer
Para nas tuas águas morrer
E renascer nas tuas águas de sal
Que me libertam de todo mal
Com a profundidade do ser!
Hoje, cheguei ao cais…
Contemplei a imensidão da Tua beleza
A saia ondulada azul-turquesa
Bordada de espuma branca e realeza!
Sabias a mar…
Um mar que só sei amar!
Hoje, cheguei ao cais…
Para ouvir a sereia cantar!
Entre a serenidade e vendavais
Fazias nas rochas festivais
Serenatas de encantar
Para quem te sentia vibrar!
Hoje, cheguei ao cais…
Para, em mim, sentir teus sinais!
Senti!... Eram reais!
Sabias a mar…
Sabias me amar!...
Sempre estiveste no meu cais!
João Bettencourt
27-05-2017
TEMPO
Como eu anseio
Que o tempo passe
Que o vento o leve
Depressinha
Para eu poder ir
À minha terrinha
Matar saudades
De tudo que está
No meu coração
Quero ver o meu mar
Os meus amores
Estar com eles
Até me fartar
Peço mesmo
Ao tempo para parar
Deixar-me estar
Até meu coração
Se encher
E se deliciar
De tudo
Que quer
Para depois
Tudo recomeçar
Fernanda Costa
26-05-2017
Hoje serei breve…
Hoje serei breve…
Serei mais breve, não porque não tenha vontade de dissertar, mas porque estou carente demais da tua presença e por isso, sinto a tua falta…
Fazem-me falta, o teu sorriso, o teu olhar brilhando de desejo, o teu rosto angelical, o teu porte de mulher sedenta, o teu corpo ondulante quando te levantas e andas, as tuas curvas pronunciadas onde distingo tanta perfeição e beleza, os teus abraços e os teus beijos quando mos ofereces…
Fazem-me ainda falta as tuas palavras, as nossas conversas sérias, as blagues ou as brincadeiras com segundo sentido, os teus pedidos de vem, te espero, estou aqui, o deixar ver e o mostrar, a excitação momentânea e o prazer continuado, o êxtase final em prostração e, o beijo de despedida entre sorrisos, embora com aquela mágoa e muita tristeza, por separação.
Anda, chega, vem depressa…
Estou-te esperando de braços abertos, para te receber junto ao meu peito e assim poder dizer-te ao ouvido, muito baixinho…
Fazes-me falta… Amo-te.
Antonio Bernardo
25-05-2017
Sou
Feita de sonhos mágicos e encantados
Viajo pelos corações e vivo de emoções
Voo em liberdade e amo o que faço
E em cada voo deixo um pouco de mim .
Sou poesia, pintura e desenho
Sou amor que sinto no meu coração
Sou brisa da manhã
Sou gota cristalina e purpurina
Sou luz que me faz viver com magia
Parece que sinto alguém me guia.
Escrevo sem rimas
Pinto e desenho sem nada planejar
Assim levito no meu caminhar.
Sonho e voo nas asas da imaginação
Canto, danço e faço magia
E mergulho no mundo dos sonhos.
Assim é o meu mundo
Assim é a minha vida de magia.
Mila Lopes
24-05-2017
POEMA NÃO SOU
Não,
Não gosto quando eu não sou eu.
Não gosto quando sendo eu não sou capaz e fico desfeito.
Não gosto quando me apanhas descalço
Não gosto de ser apanhado calçado com sapatos desiguais.
Não gosto de estar fechado sem janelas
Não gosto da ausência do horizonte
Não gosto do tempo dos interesses mesquinhos
Não gosto que me apontes dedos
Não gosto de apontar o dedo
Não gosto de estar sem amor
Não gosto de ficar sem amar!
Gosto de ser eu quando és tu
Gosto da união velejante
Gosto do vento na face e o sorriso
Gosto de ser nós: caminhantes
Gosto da cumplicidade, subtil
Gosto do cumpliciar de amigo (a)
Gosto quando ris alto
Gosto do sorriso e silêncio
Gosto quanto eu sou em ti, e tu és em mim
Gosto!
Pj Conde Paulino
23-05-2017
Frasco de Pandora.
Do frasco de tampa de cortiça de boca larga
Em cima da mesa velha….
Saem perfumes saem pétalas, que criam asas
E se desfazem no ar.
Não identifico os aromas e os donos
Acho que sonho.
Ao imaginar tanta gente
Que poderia ali estar, para me saudar.
Sacudo a cabeça para não inventar,
Não trocar identidades de pessoas
Que se podem chatear melindrar, com a troca….
E ficar a perder na sua maneira de ser.
Respeito esses ideais, porque aromas
São cheiros especiais diferentes…
Para cada raça de gentes.
Mesmo assim sorri, cicatrizes
São já passados, que foi ontem.
Senti um abraço apertado de alguém
Que Deus tem do passado, que foi hoje.
Fechei o meu frasco de tampa de cortiça.
Maria Fernanda
22-05-2017
Chora ao Meu Ombro
Hoje queria puder dar-te o meu ombro
Para chorares a vontade
Senti uma lágrima em teu rosto
Mostrando um sentimento de saudade
Uma frase desmedida
Um conceito tão falado
Provoca a dor em teu peito
Pela lembrança de um sonho parado
No silêncio de um amor ausente
Paira em ti a angústia de um sentimento
Que a lembrança e o desejo de o sentir presente
Sente na alma sua dor e sofrimento
Lava a alma com as lágrimas que caem
Sente o desejo desse teu amor querido
Que mesmo ausente e ainda indefinido
Ele também chora e implora pelo teu sentido
Anselmo Watamen
20-05-2017
Ter tempo
É tempo de parar
Para a vida saborear!
É tempo de chegar e partir.
É tempo de falar e saber ouvir.
É tempo de um bom livro ler
E as minhas memórias escrever.
É tempo de ver e perceber,
Pensar e refletir!
É tempo de dar e receber
Novas amizades fazer!
É tempo de rir com os meus netos
E vê-los crescer!
É tempo de escutar...
Os silêncios da noite
E um novo sol nascente...
Ver romper!
É tempo de viajar
E o mundo conhecer!
É tempo de ter tempo...
Para poder... Viver!
Maria Goncalves
ARTE DO POETA
A arte do poeta,
É semelhante à do agricultor.
Com o aço temperado da perseverança
Escava profundo em chão inóspito
Na busca constante da raiz da palavra
Sabendo que é na seiva que a alimenta
Que se fortalece a árvore das sensações.
A arte do poeta,
É semelhante à do escultor.
Esculpe, com a pedra do instante
O momento que passa a caminho do eterno.
Esse é o seu dom, a sua virtude
De gravar a fogo na pedra fria
o imortalizar desse momento
Evitando a sua queda inerte
No poço invisível do esquecimento.
Mas a arte do poeta,
Também se assemelha à do pescador.
Navegando em constante mar de emoções.
Mesmo quando no horizonte se perfilam
Nuvens carregadas de palavras escuras.
As suas mãos consertam com mestria milenar
A rede fina donde provirá o alimento
Com que evita o naufrágio da alma.
A arte do poeta,
Está presente em todas as profissões do mundo!
Antero Jeronimo
18-05-2017
QUANDO TE CONHECI!!!
Para mim foi um dia lindo, meu coração bateu forte.
Olhei para o céu, um brilhar diferente,
E percebi
Eu estava ali...
Senti uma emoção tamanha..
Como nunca...estranha...
Deixei-me seduzir por meus desejos,
Só queria teus beijos...
Fiquei dominada..
Apaixonada..
Acorrentada neste amor,
Nesta louca paixão,
Nunca amei com tamanho ardor.
A chama passou a morar no meu coração,
Hoje tu és o meu mundo,
Meu sentido de viver,
Presa me encontro a este amor profundo,
Meu viver meu bem-querer.
Por ti morro de amor,
Mesmo com grande agonia,
Sei enfrentar esta dor...
Para ti escrevendo poesia.
És uma grande magia...
Como uma rosa entre espinhos,
És meu prazer que me contagia.
E norteia meus caminhos.
O mistério do amor nasceu,
Um dia dentro de mim...
Foi assim que te conheceu,
E lavo-o até ao fim...
Se não te amasse assim...
Quem sabe,perderia meus sonhos,
Que moram dentro de mim...
Mesmo em momentos medonhos.
Perderia meus sonhos enfim...
Vivia na escuridão.
Porque tu és estrela que brilha em mim,
Bem no fundo do meu ser, meu coração.
É grande meu amor, tamanho do universo,
Perfumada como a rubra rosa,
E sem fim escrito num verso,
Igual a flor mais formosa.
Não sei dizes como nasceu,
Mas sei que o descobri...
Estava perdida e como o sol apareceu,
Encontrei-o com carinho: QUANDO TE CONHECI!
Carmen Bettencourt
17-05-2017
Atrás da esquina Espreita
O silêncio envergonhado
Dissimulado
Num faz de conta.
Não se vê
Não lhe dá jeito ver
...a penumbra
No olhar destas crianças
A escuridão nas ruas claras
Onde vagueiam, famintas.
Esses fixos olhares
Miram o horizonte sombrio
Sonhos devastados
Leem o futuro
Como quem lê
Uma negra história.
Por elas...
O que eu fiz?
O que tu fizeste?
Que mundo lhes deixaremos?
Lembre-se
Serão os homens de amanhã.
Zeze Lopes
16-05-2017
Estou quase a ir embora!
Espero pela meia-noite ...
Para levar, sem demora,
Aquele valente açoite !!!
Estou, para ir embora !!!
Vos deixei tantas maldades!
E... me "fizeram a folha" ...
Venha o diabo, e escolha! ...
Na ida... Deixo saudades!!!
Um ano, de tropelias ...
Próprias da minha idade!
... Que, até tu ... As farias !!!
Sem dizer, que era maldade!
Tenho mesmo, de ir embora!
Não me deixam cá ficar,
Pois até nem vejo a hora!
Tenho de ir, sem demora,
Estou cheio, de cá estar !!!
Falta só mais um pouquinho!
Sei que me vão expulsar ...
E não tenho outro caminho !!!
Tratem-me com algum carinho ...
Que não mais, irei voltar !!! ...
Tenho o destino traçado ...
Porque é este o meu fado!
Para mim, já não há lado!
Onde me deixem ficar!!!
Um ano, foi pouco ...
Neste Mundo louco!!!
Ó quem me dera saber,
O que O Outro, vai trazer !?
Mas eu, não sou adivinho !!!
... Venha Ele, de mansinho!
Eu, fui "um Ano encrencado"
... Deixo tudo maltratado! ...
Também vou ser emigrante
Num lugar, lá tão distante!
... Sou outro escorraçado!
E a culpa não foi minha!
Sendo de certa "gentinha" ...
Que fez de mim... "Pau-mandado"
... "A tudo, fui obrigado" !!! ...
Em tudo ... tudo, que fiz!
Como tal, nem fui feliz! ...
Nem vou lembrar, o passado!
Põe-te lá no meu lugar! ...
O que é que tu, farias ...
Se não pudesses mandar ?!
... Nos darias ... Alegrias ?!!
É esta, a realidade !!!
Vou fazer-vos um pedido!
Que fará todo o sentido!
Que antes de ter morrido,
Eu vivi... Uma verdade!!!
E, se lembrarem, de mim ...
Espero tenham saudade!
Pois a vida ... É mesmo assim!
Demonstrem vossa amizade.
Sou muito contestatário,
Sem me dever atrasar!
Tenho de ir, no meu horário!
Minha vontade ... É ficar,
E não ir para as "alminhas" ...
Mas, tenho de vos deixar!...
... O Novo irá chegar ...
E não quer saudades minhas!
**
**
Eu ... sou a Aida Dinis,
... Este poema te fiz ! ...
É, Todo Teu ... Meu poema!
Digo, sem nenhum dilema,
Vou ter saudades de ti !!! ...
Neste Teu Ano ... Senti ...
O Teu cheiro a alfazema !!! ...
Para mim e para os meus,
Foi um Ano de Emoções!!!
... Foi o Ano do Adeus ...
Que ficou nos corações !!!
Aida Dinis Sampaio
15-05-2017
Que me queres...............
Assim romântica, dócil, e parada a
estenderes-me os braços que acompanham um olhar carente e de boca
entreaberta em lábios carnudos e aveludados a solicitares-me?
É desejo de mim, paixão, amor?
É desejo de mim, paixão, amor?
Espera……Espera antes que o terror da minha carne frágil se transforme
numa mordedura de lábios, num fechar de olhos e no abrir da minha fértil
mente a dizer-me tudo….Tudo.
Tudo o que o silêncio das palavras que ainda de ti não as ouvi, nem tu de mim,
Me provoque o cerimonial do abraço para te dar e ter.
Não, não.....
Volta-te ......volta-te e vai........
E baixa esses braços pedintes, e não te tortures. Nem a ti, nem a mim. Porque o tempo da nossa paixão e loucura é frio e inquieto como o vento que levou e arrastou as pétalas das nossas palavras que eram flores perfumadas.
Se não te voltares, volto-me eu,........
Mesmo que fique perdido nos nervos, por não te dizer.... Que me apetece a tua carne quente de mulher nos lençóis da minha cama.
Ahhhhh !.........mas espera.
Espera e não te voltes. Fica, fica aí........afinal, isto não é só loucura, nem só paixão......
......isto, isto é amor.........!!!!!!!
Carlos Lacerda
Tudo o que o silêncio das palavras que ainda de ti não as ouvi, nem tu de mim,
Me provoque o cerimonial do abraço para te dar e ter.
Não, não.....
Volta-te ......volta-te e vai........
E baixa esses braços pedintes, e não te tortures. Nem a ti, nem a mim. Porque o tempo da nossa paixão e loucura é frio e inquieto como o vento que levou e arrastou as pétalas das nossas palavras que eram flores perfumadas.
Se não te voltares, volto-me eu,........
Mesmo que fique perdido nos nervos, por não te dizer.... Que me apetece a tua carne quente de mulher nos lençóis da minha cama.
Ahhhhh !.........mas espera.
Espera e não te voltes. Fica, fica aí........afinal, isto não é só loucura, nem só paixão......
......isto, isto é amor.........!!!!!!!
Carlos Lacerda
13-05-2017
BREVES PALAVRAS! MÃE"Mãe!
Palavra pequena...
Quem, não a sabe escrever!
Palavra
Mãe!
Breve ,serei minha mãe...
Mãe!
Sempre cheia de luz
Assim o caminho
De um filho
Conduz...
Mãe!
Me ignoras...sem justificação...alguma.
Como chora
Este meu coração
Sabes? mãe...
Sinto a tua breve partida
Eu! queria fazer parte da tua vida!
Mas será ? não haverá outra saída...
Fica na minha memória
O teu cabelo parecendo neve
A tua pele macia e corada, ficando enrugada.
Quando meus lábios
Te beijavam
Parecia veludo
Como as pétalas de uma papoila...
Tantas vezes te disse que te amava.
A minha alma limpa
Após a última conversa
Nossa!
Sei que andas nas despedidas
Não me esqueço... daquele dia.. .foste fria e distante.
Onde te conheço desde a minha infância...
Continuo
Contigo
Mãe!
Serás sempre eterna
Mãe!
Estive sempre
Permanente nas tuas aflições...
Aí comigo,comunicavas...
Mãe, Mãe, Mãe...
Grito! sufocante...
Desta minha garganta.
Vou correr vales, montes, sem destino.
Mãe ,Mãe, Mãe...
Eu vou caminhar na ânsia, de te voltar a ver!
Lá no alto nos vamos encontrar ,aí me vais amar...
Sim mãe!
Porque na terra não te deixam
Tocar nesta pequenina árvore, que plantas-te.
Já deu frutos! sou mãe e avó!
Dou o melhor de mim
Se alguém não quer receber
A culpa não é minha
Mãe é tudo! paisagem...
Lamento! fico com esta agonia
Minha mãe!
A vida é um sopro
Ficam recordações
Deste descuido da vida
Raízes duma profundidade sem fim
Mas tu ficas sempre em mim
De mim para ti...
MÃE,MÃE, MÃE.
Clara Patachão
12-05-2017
Num belo entardecer
Num belo entardecer
Rondando a luz artificial
Perante os meus olhos vi aparecer
Uma imagem divinal
O sol no acaso escurecia
Por traz da espectral figura
Os seus contornos eram magia
Que Deusa…Que formusura
Depois desapareceu misteriosamente
Do meu campo visual
Seria uma estrela cadente
Ou fruto da minha ilusão
Procurei-a pela noite escura
Batendo a todos os umbrais
Para minha mágoa e amargura
Não a encontrei jamais.
Florimundo Carvalho
11-05-2017
QUE IMPORTA
Hoje pouco me importa
De ser esta ou aquela;
Feia, gorda ou bela;
Porque nunca fui aquela,
Que desejei ser.
E nada do que fui,
Ou sou agora,
Valeu a pena;
Já fui loura, já fui morena,
Madalena, Judite e Helena,
Fui senhora, mulher, donzela e petiz,
Só não pude ser como quis...
Que mal fez, essa cor fingida
Do meu cabelo, e do meu rosto,
As curvas desenhadas do meu corpo
Se é tudo tinta, traço, esboço,
o mundo, a vida,
O contentamento, o desgosto?
Por fora, serei como leve poeira
Da moda, que me vai levando.
Mas por dentro lutarei contra a corrente
Serei eu,
A verdadeira,
A que se refugia no silêncio e na calma.
Que me levem pele e cabeleira
Agora, não me importa quando.
Que a morte um dia me levará o espelho,
Nas nunca me levará a alma...
Adelina Santos
10-05-2017
MENDIGO
Sou miserável e imundo
Desprezível vagabundo
Que segundo a segundo
Pão mendiga pelo mundo...
Quem me fera, mal profundo
Ter um amo iracundo
Me ferindo com seu junco
Por salário infecundo...
Como preços nem resmungo
Assim mesmo moribundo
Arcaria sacos de chumbo
Pelo osso de seu presunto...
Ó morte... Faz-me defunto
Aos do Além eu me junto
Se isso é bom... Nem pergunto
Ao Céu entrego este assunto.
Eduardo Schultz Gonçalves
01-05-2017
Amizade…
Para alguns, palavra vã
Para outros, um encanto
Para mim o melhor que há
Se ninguém me chuta para canto
Gosto muito desta palavra
Quando ele se reflete
E por justiça nos é dada
Quando algo acontece
Nem sempre será assim
Mas o que é que posso fazer
Há gente que não está afim
De a amizade fortalecer
Por isso muita cautela
Com gente que é assim
Não gosto nada de vê-la
Não faz parte do meu Jardim!
Armindo Loureiro
02-05-2017
A MINHA SOMBRA
Falava o vento com os muros gastos!
As árvores num frenesim,
Agitavam seus ramos semi nus.
E só a minha sombra projetada
Era testemunha de tudo quanto
Se passava.
Na mudez da minha sombra.
Ninguém por mim deu!
Mas eu! Sim eu, tudo vi!
O chão dos sonhos prometidos,
As aves em bando a sombrear
Os castelos de nuvens iluminados,
Ainda o sol ria no pomar,
O perfume das maças do vinho mosto.
O rir das sementes a sonhar,
Num tempo novo, que virá depois.
Das geadas brilharem ao luar.
As folhas num bailado clássico
De harmonia e cor suavemente,
Caíam ainda em meu regaço.
Na minha sombra vestida de poente!
Sonhei a voz das raízes abraçadas,
Num tecer de turfas, ventre, chão!
Pois seio negro tem a mãe natura,
Dele brotam suaves flores e pão.
Anoitece já, a minha sombra apaga-se.
Saio do muro numa correria.
Soprou forte o vento... Levou-me o chapéu.
Mais uma dança de folhas,
Nas mãos da ventania!
Abri o portão do terreiro.
Olhei o chão!
Tive dó de o calcar
Porque para mim!
Esse chão era um altar!
Onde todas as folhas
A chorar.
Cantavam um "de profundis "
Para mim!
Eu!
Augusta Maria Gonçalves
03-05-2017
Minha máquina de escrever
Não havia ainda computadores,
Tinha eu uma máquina de escrever
Onde inventava os meus amores,
Batendo nas teclas do meu querer,
Criando prosas de múltiplas cores
Havia entre nós uma bela relação,
Muita amizade e absoluta sintonia,
Em cada tecla um som de emoção
E em cada caracter uma melodia
Em ritmo de estonteante paixão
A máquina tinha nome de “Torpedo”,
Por isso trabalhava com tanto vigor,
Nela eu escrevi poemas sem medo,
Alguns de tristeza, outros de amor
Numa parceria de total segredo
Lembro-me da sua cor com saudade,
Era um azul sereno, quase celestial,
Teria eu uns catorze anos de idade,
Muitos sonhos, coisa muito natural,
Mas meus poemas tinham maturidade
Recordo outra máquina onde escrevi,
“Remington”, preta, portátil e elegante,
Mas foi na Torpedo onde mais senti
A força das palavras em cada instante,
De paixão e quimera com que eu vivi.
José Carlos Moutinho
04-05-2017
Um mar de silêncio.
As labaredas do meu mar
Contagiante de alegria
E nostalgia, as ondas dormentes
Não se sentiam vivas!
Sentidas as ausências
A transbordar os sentimentos.
O mar tem “ALMA”
Na magia da sua origem.
Transformou o meu dia
Em dia sem explicação
Lembrei-me então das marés,
Rasantes e alterantes
Como os pés das mulheres,
Altivas, bravas pisando de vida
A areia molhada.
Sulcada com força de garças!
São cogentes da vida que transformam
A terra, homens mulheres
Os oceanos, o Universo…
E eu nas labaredas que quero apagar!
Nelas entrar e buscar o silêncio
Entre as vagas me encontro!
Maria Fernanda
05-05-2017
SER POETA:
Não nasci para ser poeta
Digo alto e bom som
Ser poeta não é quem quer
Tem que nascer com esse Dom
Infelizmente eu não nasci
Com vocação para escrever
Mas como gosto de poesia
Poeta gostava de ser
Gostava de escrever lindos poemas
Para os meus amigos ler
Por mais que eu tente não consigo
E isso faz-me sofrer
Tenho uma admiração enorme
Por quem lindos poemas fazem
Leio-os com muito gosto
Mas lamento não ser capaz
Valorizo muito os poetas
Pela sua inteligência
A facilidade com que escrevem
Com muita competência
Ai se eu nascesse poeta
Agradecia ao Senhor
Escrevia lindos poemas
Com doces frases de amor
José Martinho
06-05-2017
Sopra o vento da saudade
A invadir o meu coração
E passam na minha mente,
Olhares e sorrisos que já são apenas recordação!
E uma lagrima corre no meu rosto
E não a consigo deter
Foi em outubro e agosto
Que deixei de os poder ver!
Mas mesmo não os tendo
Sinto-os comigo em cada caminhar
de dia nos raios do sol
Á noite nas estrelas a brilhar!
E quando o sol me vem abraçar
Ou o vento me beija e acarinha
Sinto-os aqui comigo
Ainda que esteja sozinha!
Sei que partiram
Mas no fundo sei que nunca fiquei só
Pois aquilo que nos uniu
Era mais forte que qualquer nó
Era um laço de amor e carinho que perdura no tempo
Não o quebra nem a morte nem o maior sofrimento!
Por isso guardo em mim cada sorriso
Cada beijo, cada carinho
E às estrelas cada noite lhes envio um beijinho!
Porque onde quer que estejam
Sei que estão comigo aqui
Ao recordá-los entre lágrimas
A minha alma sorri!
Isabel Susana Marouço
08-05-2017
VIVER É AMAR
A vida tem razões p’ra ser vivida,
Se temos algo belo a partilhar,
É que, só nesta vida vive a vida,
Quem tem um coração que sabe amar.
Só o amor faz a vida colorida,
Só o amor nos envolve e faz sonhar,
Porque é transcendental se faz jazida
Do melhor que esta vida pode dar.
A vida sem amor é noite escura,
Sem elos, sem carinho, sem ternura,
Jamais terá o selo da alegria.
É agreste, desprovida de sabor,
E se alguém já viveu sem ter amor,
Foi porque um grande amor desconhecia.
Abílio Ferradeira de Brito
09-05-2017
SEM SENTIDO!
Erva perfídia e daninha
Em campo cultivado de trigo
Palavra vilipendiosa e mesquinha
Dita num portão sem postigo
Faces descoloridas, pálidas
Olhos que chispam encolerizados
Razões ditas e válidas
Em sentimentos anulados
Castigo solteiro e impune
Lei em lucidez falseada
O réu o termântico ciúme
A vítima a alma torturada
Paleio e mais paleiam a arte
De todo o ser falsador
Hipocrisia o forte
De todo o ser enganador
Noite estrelada mas só
Caminhos escondidos e ermos
Na garganta forma-se um nó
Na boca saem espasmos
Vida vivida em agonia
Janela airosamente florida
O sorriso o vinho da alegria
No caminhar de uma vida
MIsabel Assunção Machadinho